top of page

Nos Braços do Povo

O CD Brasil Hinos à paisana, de Eliezer Setton, é a mais brasileira tradução interpretativa de nossos hinos,

pois ele soube com maestria incorporar a sua verdadeira essência, ser popular em um estilo musical marcadamente solene. Com a audição do trabalho de Eliezer Setton, todos nós podemos sentir um aroma de frescor e esquecermos das empolações vocabulares do nosso hinário, e dando-lhes seu cunho e objetivo principais, atingir a alma do povo e estimular o sentido pátrio, tão esquecido nos dias de hoje.

A sua execução devia ser obrigatória nas escolas, principalmente as públicas, pois retira seu caráter marcial que muitas vezes provoca sonolência em nossos alunos e torna-o difícil e distante de nossos jovens. Agora não! Ei-los de novo de volta ao seu seio natural, os ouvidos do povo, pois é impossível não sair cantando-os depois de ouvi-los da maneira como estão interpretados e arranjados por Eliezer.
Por outro lado, é importante salientar que a cada dia estamos mais distantes do sentimento patriótico, coisa que só surge em gramados de futebol a cada quatro anos, é preciso, portanto retomar o verde-amarelismo de nossa bandeira, o azul de nosso céu e o respeito às nossas tradições, história e instituições. E a melhor forma de fazer isso é sair por aí assobiando, cantando nossos hinos, agora brasileiríssimos, com o sotaque nordestino de Eliezer Setton, entoado ao sabor das nossas mais puras tradições populares com seu instrumental e arranjos típicos, é a alma de um nordestino traduzindo a alma de todo um povo. E quer algo mais nosso do que o sotaque de um nordestino, inconfundível em qualquer lugar do mundo? Pois é, nosso hinário agora não mais nos pertence, é de todo o mundo, é do tipo exportação, com orgulho e galhardia, é ainda de todos os brasileiros que longe de sua terra, podem matar a saudade, arrepiando-se e chorando de emoção, sentindo na pele sensível a alma de sua gente, brotando da terra seca do Nordeste em canto puro, legitimando o poder de sedução que este país possui.
Eliezer Setton retirou nossos hinos do armário, deu-lhes seu verdadeiro sentido, levou-os ao povo e com certeza este povo saberá retribuir entoando-os com alegria e emoção.
Luiz Américo Lisboa Júnior é pedagogo, historiador, pesquisador de música popular brasileira, professor de Filosofia da Educação e História da Educação.

Blog do Paulo Gonçalo
Os brasileiros de minha geração aprenderam de maneira sofrida que cantar os símbolos de nosso Brasil era algo extremamente ligado ao ufanismo propagado pelos defensores do período mais triste de nossa história recente que perdurou 30 anos e nos deixou sob o comando dos militares e sob inúmeras proibições e perseguições.
Para nós é impossível não lembrar este período onde gênios de nossa música como Caetano Veloso e Gilberto Gil foram expulsos do país e que Chico Buarque buscou voluntariamente o exílio, e fizemos muita pirraça na praça e depois de três décadas retomamos o caminho da liberdade.
Desde então tem sido difícil reincorporar o prazer por ouvir nossos hinos, admirar nosso escudo, nossas cores e vimos aos poucos rompendo (não sem dor) com este sentimento que nos afastou de nossos símbolos nacionais. Um primeiro movimento tem sido desde a redemocratização do Brasil e a incorporação das palmas ao final dos cantos coletivos do hino nacional. Isso nos parece uma forma de desforra.
Mas ao chegar aos ouvidos o doce trabalho de um cantor, ou melhor, de um menestrel do nordeste brasileiro chamado Eliezer Setton no formato CD chamado Brasil - Hinos à Paisana, feito sob apoio do SESC Alagoas, algo brotou dentro do peito e tornou-se impossível ouvir este cd repleto de nossos hinos ufanistas sem nos emocionar e acompanhá-los a plenos pulmões.
Eliezer Setton dá cor, brilho e devolve-nos a alegria de sermos brasileiros e podermos desfrutar de tantos belos hinos. Os ritmos que ele agrega aos hinos são os nossos mais queridos por toda nossa gente, sua voz forte de homem nordestino nos toca a alma e faz com que passemos a redescobrir o amor que temos pelo Brasil.
Salve este menestrel das Alagoas que redescobre o Brasil e arrasta atrás de seu canto uma multidão louca de vontade de gritar bem alto para o mundo todo ouvir o quanto amamos nosso Brasil.
Paulo Gonçalo dos Santos
Historiador / Pesquisador de MPB
paulogoncalo@uol.com.br


José Correia no Blog do Rocha Souza
Um crítico de esportes disse que Pelé se tornou o Rei do futebol porque colocava o CORAÇÃO na ponta da chuteira. Principalmente quando defendia o seu País pelos gramados do mundo.
De minha parte, após ouvir o “sabiá do peito amarelo” cantar no programa do Luciano Pires, eu digo que Eliezer Setton canta os hinos nacionais como nenhum patriota cantou até hoje - sabe por quê? Por ele coloca o CORAÇÃO na ponta da língua!
E digo mais:
Parece que hino é propriedade militar, mas não - todos nós paisanos devemos exaltar nosso sentimento de brasilidade através dos hinos compostos por grandes homens que aqui viveram antes de nós.
Brasil - Hinos à paisana deveria chegar às escolas pelas mãos do governo.
​
Obs. O programa do Luciano Pires que José Correia se refere é um programa de rádio, em São Paulo, chamado Café Brasil que me entrevistou em setembro de 2009, antes mesmo do lançamento do CD e da minha apresentação no Sr. Brasil da TV Cultura em 2010. O áudio (podcast) do programa está no “Veja e Ouça”.

bottom of page